Às 0h05, o Comandante Smith reuniu os oficiais e informou-os do ocorrido. Solicitou que os passageiros fossem acordados e que se dirigissem ao convés onde se encontravam os botes salva-vidas para serem evacuados. Sabiam que o número de botes era suficiente para apenas pouco mais da metade das pessoas a bordo e por isso pediu para não haver pânico. Os empregados começaram a passar de cabine em cabine na primeira e segunda classes, acordando os passageiros, solicitando para colocarem os coletes salva-vidas e se dirigirem ao convés dos botes imediatamente. Enquanto isso, os passageiros da terceira classe permaneciam reunidos e trancados no grande salão da terceira classe junto à popa (parte de trás do navio). Muitos passageiros revoltaram-se, e alguns aventuraram-se pelos labirintos de corredores no interior do navio para tentar encontrar outra saída. Alguns conseguiram escapar com vida, mas muitos deles acabaram sepultados dentro do Titanic. A evacuação havia sido feita de acordo com as classes sociais que os passageiros pertenciam, valor até então aceitável.
Mensagem de socorro enviada pelo Titanic. |
Às 0h31, os botes começam a ser preenchidos com "mulheres e crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem alcançar a lotação máxima. Lightoller segue com rigor as ordens de embarcar somente mulheres e crianças. Entretanto, a estibordo do navio o Primeiro Oficial Murdock permitia a entrada de homens solteiros e casais nos botes, após a entrada de mulheres e crianças, e fazia os botes descerem completamente cheios, mesmo com homens, e, por isso, muitos homens que se salvaram devem a sua vida a esse oficial. Alguns sobreviventes relataram que a sensação ao caminhar no convés de botes era como a de estar descendo um monte.
Como o navio mais próximo não respondia nem aos sinais do telégrafo nem aos sinais das lanternas, às 0h45 o Capitão Smith manda disparar os foguetes de sinalização. É arriado o primeiro bote salva-vidas nº 7, com apenas 27 pessoas. A fim de evitar o pânico, o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto ao convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a banda foi para o fundo ao tocar "Nearer My God to Thee". Segundo o testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "Autumn", um hino episcopal.
Enquanto isso, Thomas Andrews tentava ajudar do jeito que podia, ensinando os passageiros a porem os coletes salva-vidas, mesmo sabendo que seu esforço não salvaria muitas vidas.
Botes resgatados do Titanic. |
Às 1h25, a inclinação do convés fica maior. Ordens são dadas para que os botes desçam mais cheios. Thomas Andrews, o engenheiro-chefe, ajuda na descida dos botes fazendo com que eles estejam devidamente cheios. A água já atinge o nome do Titanic pintado na proa. O navio começa a se inclinar para bombordo. Andrews é visto pela última vez na sala para fumantes da primeira classe.
Enquanto que nos primeiros botes tinha que se implorar para que as pessoas entrassem, fazendo muitos deles descerem praticamente vazios, nos últimos o tumulto era bem visível. Relatam-se tiros para conter os mais afoitos. Faltando pouco mais de dois botes para deixar o navio, os passageiros da terceira classe são liberados. Restavam apenas esses dois botes e os dois desmontáveis que ficavam junto à base da primeira chaminé. Devido à confusão, Lightoller sacode sua pistola no ar e provavelmente atira para manter o controle durante a descida do desmontável ´´D``. A água gélida já invadia os conveses quando os botes desmontáveis conseguiram ser lançados.
Às 2 h e 05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável bote "D", com 44 pessoas. Às 2h10, é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena "cada um por si" e não é mais visto por ninguém, sendo que alguns passageiros o viram dirigir-se para a ponte de comando um pouco antes da mesma ser invadida pela água. Já com a proa mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o desespero é geral. Na primeira chaminé, os cabos de sustentação, não aguentando mais a pressão sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, segundo alguns relatos, John Jacob Astor IV, homem mais rico no navio; algumas testemunhas afirmam que ele teria morrido congelado. Minutos depois o mesmo acontece com a segunda chaminé.
Animação do naufrágio do Titanic. |
Às 2h15 a inclinação do navio chega aos 19° e a água gelada avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. Para quem ainda está dentro do Titanic, quanto mais o navio se inclina, mais difícil fica caminhar. A força da gravidade faz com que móveis e objetos pesados caiam sobre os passageiros, esmagando-os e impedindo sua saída do navio. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Quando a inclinação chega aos 29° às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez e depois apagam-se para sempre. O pânico é maior, principalmente para os que ainda se encontravam no interior do navio.
Fotografia de um iceberg na vizinhança do local do naufrágio do Titanic, tirada em 15 de abril de 1912 pelo camareiro chefe do Prinz Adalbertque, que disse que o iceberg possuía tinta vermelha igual àquela encontrada no casco do Titanic. |
Devido à inclinação, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé, dividindo o transatlântico em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa submerge, arrasta a popa ainda presa pelo casco duplo da quilha, deixando-a quase na vertical; segundos depois, a proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as estruturas de aço do transatlântico. Depois de alguns segundos emersa, a popa começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às 2h20 o navio, já completamente submerso, mergulha a pique pelas profundezas do oceano, rumo ao fundo do mar, onde está sepultado até os nossos dias.
Ainda não conhecia muito bem esses detalhes dos horários de tudo como aconteceu, e isso eu acho bastante interessante! Apesar do filme, essa animação fez com que eu compreendesse melhor o que aconteceu a cada horário até o afundamento total!
ResponderExcluirQue agoniante ver aquela animação do naufrágio... rç
ResponderExcluirAlgo que eu acho absurdo são os botes salva vidas. Porque diabos não tinha bote pra todo mundo? Porque deveria ter botes suficiente pra todos, né.
Cara, eu vejo essa história e até hoje não consigo me conformar com o quanto o dinheiro valeu mais do que a vida das pessoas nesse naufrágio. Achei ridículo toda a divisão por classe que foi feita. E os botes foram realmente insuficientes, infelizmente, o que acabou ocasionando a morte de tanta gente!
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