[Semana Halloween] Elizabeth Báthory (Serial Killers)

 "Venham a mim nuvens. Ergam-se em tormenta maligna, feita para dilacerá-los. Que o manto da noite seja testemunha da destruição daqueles que resistem. E que não me causem mal. Que o sangue de muitos venha me limpar. Preservando minha beleza eternamente.Amém"
(oração proferida a Elizabeth Báthory no filme Stay Alive)

Não é segredo para ninguém que sou uma apreciadora da vida da Condessa Húngara.

Conheci a Elizabeth em um filme de terror, intitulado "Jogo Mortal". No filme ela é responsável pela criação de um jogo de vídeo game. Antes de iniciar o jogo, todos os integrantes têm que fazer a oração citada no início do post. O jogo é dificílimo, sem falar que depois de duas mortes, descobrem que do mesmo modo que você morre no jogo, você também morrerá na vida real.

Bem, assim como no filme, Elizabeth Báthory, matava para se manter jovem. Banhava-se com sangue de moças virgens do reino. Muitos fatores contribuíram para o comportamento da condessa, por muitas vezes compreensíveis, mas nunca aceitáveis.

Conhecida como "Condessa de Sangue" ou "A Condessa Sangrenta", Elizabeth Báthory nasceu em 07/07/1560. Pertencia a uma família de nobres protestantes. Quando criança recebeu uma educação de primeira, e era fluente no idioma natal, Latim e Alemão. Apesar de toda a riqueza, ela não teve uma infância feliz devido a sua saúde fragilizada. E vivenciou o momento onde a Hungria era palco de guerra entre Austríacos e Turcos. Quando tinha 9 anos de idade, o castelo onde viva com a família em Ecsed, foi invadido pelas tropas inimigas. E Elizabeth teria presenciado os estupros e assassinatos das duas irmãs mais velhas.

Cena do filme "Stay Alive"

George Báthory, pai de Elizabeth, ficou famoso pelos castigos rigorosos àqueles que não obedeciam a suas leis. Alguns dos castigos eram assistidos pela jovem com muito entusiasmo (certa vez um cigano acusado de sequestrar crianças, foi preso dentro da barriga de um cavalo morto).

Aos onze anos de idade, em 1571, Elizabeth ficou noiva do Conde Ferenc Nasdasdy. Apesar de serem tão ricos quanto os Báthory, não possuíam o mesmo prestígio, fato que fez com que Eliza, após o casamento em 1575, mantivesse o nome de solteira. Esse casamento foi primordial na formação assassina/sanguinária da Condessa. Seu marido era um General conhecido por ser cruel com tropas adversárias. Ferenc lhe ensinou diversas formas de tortura para que ela executasse em criados indisciplinados enquanto ele estava em guerra. O que ele não imaginava era como ela colocava em prática as aulas.

Cena do filme "A Condessa de Sangue" (2009)

Quando não tinha motivos para punir a criadagem. Elizabeth inventava, e entre os castigos mais severos praticados pela Condessa está: No inverno, fazia com o que os empregados andassem nus sobre a neve, enquanto eram jogados baldes e baldes de água gelada neles para que morressem congelados. No verão, ela mandava amarrar a criadagem em árvores e os banhavam de mel para que os insetos os comessem vivos.

Além de tudo que já foi exposto, a Elizabeth também teve influência de outros ilustres parentes, como: Stephan, seu irmão, que era alcoólatra e dotado de um comportamento libertino; de seu tio acusado de praticar magia negra e culto ao demônio; e de sua tia, Klara Bathory (uma bissexual conhecida por “divertir-se” com seus empregados) com quem Eliza se divertia na ausência do Conde. Quem conhecia a Condessa, não acreditava que por traz da bela face existia atos tão impetuosos.

Elizabeth teve quatro filhos, e era vista como um modelo de mãe a ser seguido.

Ruínas do Castelo onde a Condessa cometeu cerca de 650
assassinatos, e banhou-se com sangue das vítimas.

Os crimes de Elizabeth eram encobertos pelos seus cúmplices, um serviçal chamado de Fczkco; Helena Jo; a ama de leite de seus filhos, apelidada de Dorka; e uma lavadeira Katarina Beneczky, completava o quinteto fantástico de assassinos. Em 1604, o conde Nadasdy morreu e depois de um mês de imenso luto, Elizabeth Bathory decidiu continuar a vida nada comum na bem-aventurada corte de Viena, onde conheceu Anna Darvulia. Alguns historiadores chegam a relatar que a Darvulia era amante de Eliza, mas no filme "A Condessa de Sangue", mostra que Darvulia era uma feiticeira, que apareceu na vida da Condessa quando esta estava muito doente, e ofereceu-lhe saúde e juventude em troca de sangue.

Com o trauma sofrido quando tinha aos 9 anos, Elizabeth, fazia com as criadas, a mesma coisa que fizeram com suas irmãs. Antes de matar as criadas, as torturava, mordendo partes delicadas do corpo, como os seios. E depois as matava no porão totalmente equipado com aparelhos de tortura (Entre os mais usados, está uma jaula suspensa na qual a vítima era presa, e movimentada com o auxílio de roldanas, levando-a em direção há uma parede de estacas finas que perfuravam lentamente o corpo da mesma até rasgá-la – Elizabeth ficava embaixo do aparelho, esperando o banho de sangue que receberia como consequência da mutilação.).

Certas vez, em um momento bastante insano, Elizabeth Báthory mordeu o rosto de uma criada, o deixando desconfigurado. Ninguém poderia ser mais bela que ela. Caso fosse, seria a fonte ideal de beleza para Elizabeth. Banhar-se com o sangue da jovem, era consequência.

Maria Kalinina como Elizabeth Báthory no filme "Stay Alive"
(2006)

Muitas plebeias foram mortas pela busca incessante da juventude pela Condessa. Com o aumento das vítimas, e da fama de uma "Condessa Vampira", plebeias foram proibidas por seus pais de procurarem emprego nas dependências do Castelo Ecsed. Em 1609, Darvullia ficou bastante doente e não pôde mais acompanhar a condessa em sua jornada.. Desde então, as coisas só pioraram para a condessa. Sem a fiel amiga, e com a fama que tinha, ficou difícil atrair moças para trabalharem no castelo. Então, Báthory cometeu o maior deslizes de todos. Assassinou uma moça da primeira classe, do mesmo círculo social que ela. Alegou que a causa da morte foi suicídio. Mas em 1610, as autoridades locais abriram um processo para investigação do caso.

No fim das contas, a expedição para a ordem de investigação, era apenas para fins políticos, visto que a coroa a muito tempo tentava uma forma de confiscar as terras cobiçadas de Elizabeth, devido as imensas dívidas que o marido falecido, sem prestígio no nome havia deixado.

Elizabeth e seus cúmplices foram julgados, e Eliza foi declarada culpada de TODOS OS CRIMES CREDITADOS A ELA. Seu julgamento só foi possível, pois encontraram um caderno com o nome de aproximadamente 650 moças, e testemunhas alegaram ter visto corpos próximos ao castelo. Por ser da nobreza, Elizabeth, ao contrário dos ajudantes, não foi condenada a morte. Ficou em prisão domiciliar em uma torre do castelo, onde não haveria brechas para a passagem da luz. Ela foi condenada a viver o resto dos seus dias submersa na escuridão.

Quatro anos depois, Elizabeth saiu da vida, para entrar no ranking de maiores Serial Killers da História.

Ilustração do livro "A Condessa Sangrenta" de Alejandra Pizarnik

CURIOSIDADES:

• O rei Matia II, proibiu que o nome da Condessa fosse pronunciado em toda a Hungria.
• Em toda Europa, Elizabeth Báthory é sinônimo de beleza e maldade.
• Seu corpo foi sepultado nas terras de Báthory, em Ecsed, já que os habitantes da cidade acharam desprezível a ideia de enterrar alguém tão cruel dentro da Igreja local.
• Bram Stoker, séculos mais tarde, inspirado na história da Condessa, criou Conde Drácula.
• “Os espelhos são os brinquedos da vaidade humana“, diz Drácula à Jonathan Harker

“Todos nós devemos duas coisas para a natureza, devemos a ela uma velhice e uma morte…” (Sigmund Freud)